E na sala uma nova invenção
Ela resiste, escorrega
Com o estômago mareado, músculos apertados
E agora com um ventre ocupado
Recupera a posição e compreende
(Sai da sala )
Chora, pega um papel
E dessa vez já sorri
Nasce uma mulher
Ou parte dela
Ainda faltavam 40 semanas
Toda cautela parece insuficiente
Carece de roupas novas
Não tinha sabedoria suficiente
Para entender que precisaria
Nos meses seguintes de um disfarce
Necessário para sonegar toda a amargura
Noite do escambo
Mercadorias : Ela ou a profusão?
Ela desejaria não ter ouvido essa resposta
E o céu muda de cor
E as aspirações perdem o espírito
Ela chora e grita
Ouvindo o som dos próprios caprichos
Essa menina não pensa nele!
Ainda não chegou o momento
O inimigo subtrai indícios de genes
E satisfeito recebe a notícia:
Você é o suposto “super-herói”
Seus olhos passam a ter a cor do ódio
Mas ela sorri
E quando percebe que o riso não era de alegria
Resolve chorar novamente
Todo o dia a mesma coisa
Até que certa vez...
Ele aparece
Era ele esse tempo todo...
O menino que chorou sem saber a razão
O soberano da casa
Bochechas rosadas, pele clara , macia
Seus olhos?
Azuis, serenos...
O Pequeno Príncipe Poderoso
Que levou a mãe pra morar na Lua
Esse tem o encanto, a magia, o amor
Certas horas quase um felino
É notável
Ele ri, ele chora, ele brinca
Ele beija, ele canta, dança
Pinta, abraça...
É um homem
É forte, é puro
É ingênuo, um anjo
É de verdade, é carinhoso
Ele é genial
Trocou de lugar com ela e deu a luz
E redescobre a vida
Para muitos : Um cientista
Para ela : Seu único filho
Que provou a ela
O que é um verdadeiro amor
