domingo, 30 de agosto de 2009

Maria no divã.

©2008-2009 ~NSwift
Uma frágil brisa desprende-se da porta. Maria acende um cigarro. A prostração deitada no divã. Apaga o cigarro. Sinais de fumaça na sala. Ele acaba de chegar. Um único olhar, e ela sobre os pés dele. Na rua, o barulho da chuva. Ele senta e pede para que ela conte mais sobre os seus dias. Dias de humores volúveis. Disse a ele que tinha travado uma batalha e que o oponente sequer havia lutado, tinha apenas desistido, assim, sem mais nem menos. Uma batalha onde não há vilões ou heróis, por mais que heroína ela fosse, sempre seria o lado do mal, a vadia, a incoerente e a mulher apaixonada pelo passado. Ele pegou um papel e escreveu:“ Desvio de moralidade”. E ela continuou... Eu sou aquilo que sou. Aquilo que você daí consegue enxergar. E ela não conseguia parar de falar. Era isso ou render-se a ele. As gotas de chuva pela janela. Os olhos dele. A voz firme dele. A dúvida dela. Ele deitou ao seu lado no divã, passando a mão devagar pelos seus cabelos agora longos. Por um momento ela sentiu a paz. E de repente sentiu um carinho urgente sobre sua nuca, coxas... Ficaram bem próximos, tão íntimos por alguns minutos. Essa era a terapia.



sábado, 29 de agosto de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E na hora de apagar a "velhinha"...

©2007-2009 ~Raccoon-with-a-cigar


Pôs-se de pé. Sentou de frente à penteadeira. Olhou-se, mexeu nos cabelos, piscou os olhos, fez caretas... Estava estranho acreditar na velha aparência. Sustou-se: Havia ainda uma menina bem no fundo do espelho.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Biografia.


Publicou algumas obras.

Da vida da fulana, da Maria, da Dona Tereza, ...

Fez a descrição inteira da vida de algumas mulheres.

- ÓCIO -

Omitiu a própria existência.

sábado, 22 de agosto de 2009

Clareamento dentário


Mesmo antes de olhar seus dentes no espelho, parou num boteco e pediu uma caninha da roça. Seria o começo de um novo sorriso. Ou da dor.


[ Ninguém avisa que clarear os dentes à laser dói tanto. Ao invés do título poucos-dotes estou pensando em poucos-dentes. Dá vontade de arrancar um por um de tanta dor.]

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ressaca.


Bem, cansei de escrever-te poesias. Pensei em postar uma carta nos Correios*, mas esqueci onde salvei o teu endereço. Só lembro que aí tem um monte de ruas com nome de cidades ou estados, talvez. E que tem ladeiras, que é lindo, tem muitas flores e faz frio. Tem garçom carioca, e amigos engraçados. Tem hotel que expulsa as pessoas, tem muito queijo. Vou fingir ter bebido hoje, para acordar amanhã de ressaca por estar cansada de ficar em casa de repouso e com o bumbum quadrado de computador. Vou fingir estar bêbada para falar algumas verdades. Não fingi planos, promessas, prazeres, tão pouco amor...No dia seguinte vou continuar fingindo não sentir a tua falta!

Homicida então.


Imagem: Imaculater
Tentou suicidar-se, mas lembrara que vida não havia mais.
Esquecera que pertencia à João.


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

De onde vem a calma?

©2007-2009 ~rickpsd

"Às vezes dá como um frio.
É o mundo que anda hostil
O mundo todo é hostil..."


Já tive medo do escuro. Agora, posso andar com vendas nos olhos kilômetros e mais kilômetros.
NOTA: E bem equilibrada.
Há mais riscos em algumas pessoas do que na falta da luz.
Pessoas sem “luz”, ainda me dão medo.
NOTA: Não falo de espíritos.
Não acredito em quem ri demais, ama demais ou “não” se importa demais.
Não gosto de “Eu te amo” no papel, somente.
Gosto de atos, gestos, pés no chão.
Tenho medo sim, de frases feitas. De olhos bonitos e cérebro pequeno.
Medo de quem não ama um filho, um neto e por aí vai...


"De onde vem o jeito tão sem defeito?
Que esse rapaz consegue fingir"


NOTA: Solte a sua imaginação!
Palavras ao vento e pouco contato.
Odeio, até.
Na verdade, eu desprezo.
Meus versos não fazem morada nas minhas palavras, ou na minha ortografia não reformada.
Moram na minha alma.
Na minha essência.
Em tudo que sou e acredito.
E agora tenho mais, acredito na força divina.
E ela me ajuda, minha poesia, vocês...


"Não vão embora daqui
Eu sou o que vocês são
Não solta da minha mão
Não solta da minha mão"


Só não conheço aonde não fui.
E se o lugar não for bom.
Eu passo!

[ Um beijo para todos que acreditam na minha força e fizeram orações em um momento tão delicado. Mãe, Vó Tereza, tia Adriana, tia Valéria, Tia Cristina, Bruno,Kalye, Santiago, Renan, Núbia, Banana,Victor e todos que por aqui passam...]


"Eu não vou mudar não
Eu vou ficar são
Mesmo se for só
Não vou ceder
Deus vai dar aval sim
O mal vai ter fim
E no final assim calado
Eu sei que vou ser coroado
Rei de mim."


E amém.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Psicose.

Imagem: Bluedott

Passeava todos os metros sem receios de contrair a nova gripe.
Ainda bem que era só de um cômodo ao outro.



[Wiiiiiiiiiiiii]

Química.




Libertinagem sem limites.
Essa chuva enche-me de entusiasmo.
Quem nem temporal é, tão pouco chuvisco.
É simples, puramente essencial.
É dessa simplicidade que extraio o prazer.
Que deturpa minha visão, tato, paladar, audição e minhas narinas.
Desmancha-me as idéias.
A mão-de-[Oh!] bra.
Faz meus impulsos estacionarem.
Retrógrada.
De uma ousadia quase nula.
De uma engrenagem facilitada por difusão.
Assim como as tuas mãos nos meus cabelos.
Como o seu cafuné.
Quase.
Essa chuva é como um cafuné.
Daqueles nossos, sabe?
Enraizados em nós.
Que tu sentes daí e eu daqui.
Both...
Como se as propriedades químicas do meu corpo,
não encadeassem mais.
Como se apenas os acordes do toque da nossa pele,
tivesse poder sobre os seis sentidos.
Sem passado.
Sem futuro.
Somente. Desse jeito. Sentindo em silêncio.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A vida dele.

Esses olhos dele.
Acho que dessa vez é para sempre.
O toque, o beijo, as mãos, a hora de fazer amor...


[ Trim- Trim]


- Hora de pagar a conta.
- Vamos rachar?

( Ele pensou) : " Só se for teu coração!"


- Gosto tanto de você, sabia?
- Ah! Eu também. [ Longe de mim ]


Imagem: Dorothy-Shoes

A pedidos, para meu grande amigo, Bruno.

Testamento II


Imagem: Jinuzinha



Para aqueles que disseram "Bye-bye", sem carregar na mala as boas lembranças, deixo meu sorriso de lado. Tudo culpa dessa minha Santa ignorância. Meu rosto outdoor faz propaganda da solidão, mesmo assim, eu carrego comigo...
Carrego as suas mãos trêmulas, bem de leve, debaixo daquele lençol bege sem graça. Levo, carregado, o sabor de cigarro da sua boca, e a melancolia das suas mudanças. Ih, lembrei! Parei de fumar.

Hum...

Bem...

Eu,...

Para você que foi embora, cansado dos meus versos sem harmonia, mas cheios de pensamentos picantes escondidos, atrás das folhas. Cheios de saudades, fogo, desejo e amor para dar. Deixo o meu suspiro e e um gemido. Carrego você no peito para relembrar aquela tarde de sol de inverno, levo a frieza da sua pele a gozar. Em um final de semana há 500 anos atrás.
Você debaixo daquele lençol mal passado.
Presente, aqui.

domingo, 16 de agosto de 2009

Fé.


Imagem: TheNightSheDie



[ Na hora do parto...]
- Nasci novamente, em ti. Quero conduzir-te para cá. E aspirar-te nas nossas recordações. A cada lugar, um pouco de ti. Devoro teu cheiro nas esquinas largas das minhas noites vazias até que consiga vomitar todo esse isolamento.
-Só ele traz de volta a serenidade do amor até o momento que o sorriso dos olhos dele aproximam-se de mais um adeus. Ah! Deus. -

[ Em voz baixa...]

Co-ti-dia-NO!


Imagem: LaraXSKA


Ah! Aqueles olhos. O sorriso e a felicidade de receber um pequeno agrado. Naquele instante, esquecera que havia cortado o dedo de uma jovem durante o assalto.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mês do des(a)gosto?


E agosto entrava pela minha janela, um clima gelado e começava a contar os 15 dias do mês nos dedos. Andando pelas ruas, encontrei uma [velha] senhora, que me deu um "bom dia" e me disse:

- Estou sentindo cheiro de morte. Mês de agosto, mês do desgosto. Posso sentir daqui.

Respondi:

- Sinto cheiro de mais idade. Estou ficando mais velha. ( Sorrindo)

Enquanto a senhora ía caminhando, um carro rodou e capotou. Fiquei assustada, segui meu caminho enquanto ela também.

Imagem: Trueblood

[ Alguns meses depois, a senhora havia sido atropelada por um carro na saída do supermercado. E por incrível que pareça, era dezembro, e fazia sol.]

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aroma [ Terapia ]

Eu possuo, entre todos os cheiros, os teus. Exalam na minha alma. Algumas notas, alguns versos que faço questão de guardá-los. Amadeirados. Pormenores à tua espera. E vão embora. Marca páginas apenas. Detalhes rabiscados nos meus dias, emoldurados pelo encontro dos nossos lábios sedentos de amor e poesia. Mais aromas. Passando dos meus olhos para os teus. A minha vida passa de frente à tua e dá um sorriso. Gracioso e breve. E pinta um olhar de criança no teu rosto e tatua um anjo na tua pele. Àquele que fazia morada em ti. Que te dei de presente, algumas primaveras atrás. Essência dos meus pensamentos mais gostosos. Aroma de sorriso, letras, prosas e tabaco. Um pouco de álcool também. De leve. Chego perto de ti, suspiro. Te dou a mão e nos abraçamos, assim: Para sempre e fim.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

E precisa de título?


Uma vez ou outra ele me empresta asas. Pequena pessoa grande desmedida. Antítese de tristeza. VIDA. Outras vezes, minha evasão. Cromossomo meu. Aqui e ali de bondade. Pura ingenuidade. Grandes traços da personalidade de um gênio. Todas as vezes, sim, genial. E não há quem possa desmentir. Nem a ciência. Não é coisa de coruja. É fato. É a aliança. Peça perfeita da minha existência. Meiguice no olhar. Quebra-cabeça das minhas manhãs ensolaradas. Pressentir. AMOR. Passaporte colorido para a felicidade. Janelas abertas de sorrisos. AMOR. Sonho de um futuro majestoso. E as horas passam. E para elas você sorri. Daquele seu jeito. Alguém, superior...Perto! "Closer". Viagem sem volta. Essência. Meu mundo. Existência. Entre o acordar e o beijo infinito de boa noite. Despertar dos sentimentos. Da boca e bochecha rosa. Todos os sentimentos: Amor, felicidade, companheirismo, amizade, fé, gratidão... Tudo num único ser, numa única pessoa. ÚNICO. Pequena grande pessoa. Entrega. Amor que não cabe aqui e transborda sem querer pelo meu coração. Então, escrevo, falo, sinto, beijo você, amo você, faço o impossível para te ver feliz. Gotas de alegria agora saem dos meus olhos. Daquele seu olhar refletido aqui. Do mesmo. Por mais um ano de vida. Por ter você aqui. Por não medir forças, matéria ou vaidade por você. Porque você merece tudo, o mundo. O mundo merece você. Impossível te olhar nos olhos e não sentir a presença divina. FÉ. Meu tigre, leãozinho, mini-Einstein, minhas tardes, minha música, meu "Ser", meu filho.


Parabéns, amor da mamãe.


Para meu filho Henry que completa 3 anos dia 7 de agosto de 2009.