quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Noite feliz

Noel deixou na árvore um bando de coisas embrulhadas em rosa Cazuza, mas a que mais me chamou atenção foi uma caixinha escrita “esperança “ no layout. A partir dela que tentarei trilhar um novo rumo, cheio de sorrisos, e também algumas lágrimas, quem sabe? O que não vai ficar pra trás, definitivamente, é  meu sonho de ontem. Algumas inspirações enviei junto à carta que mandei pro bom velhinho. E meu presente mesmo, rasguei a embalagem bonita e enfim pude ver: Um espelho, novinho em folha. Era o amor próprio. E na menina dos meus olhos brilhava um nem tão menina assim, mas um menino de 4 anos por aí.


Imagem : by LimpidD

sábado, 27 de novembro de 2010

"E nada mais importa"


©2006-2010 ~Hendro


É na mesma atmosfera. Não sobre o mesmo teto. Quando saio, é você. Quando viajo, é você. Quanto tento beber, é você. Um acidente, é você. Cada pedaço em mim, na minha rua, na minha nuca. Te esbarro no sono. Te acordo pra mim.  Não dorme, aliás, durma. Você, aqui. Dou corda, e ela volta. Todo tímido, todo ele. É cada beijo que te dou, em silêncio. Impossível alguém assim existir. E o pior : Existe. Pelo menos, em mim.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Graciosamente breve

Status de hoje:Entusiasmada.
 Ares novos, ostras, lagostas, um povo sorridente. Ah! O tal nordeste do país. E mesmo com a chegada à antiga cidade[nada]maravilhosa; Tiros, tanques de guerra, perseguição, terror, jaula. Ainda assim, me pego nas nuvens. O motivo? Simples:

Os meus batimentos cardíacos não competem os segundos. Paixão, meus caros.



                                                     http://clockworkapple.deviantart.com/

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

2° ato

Não tenho dinheiro. Nem muita sede ao pote. Passei dos 25, mas continuo com os mesmo erros dos 17. Meu pavio é curto. Sou semi-dependente. Mãe. Terapeuta do riso. Moro com meus pais. Detesto Harry Potter. Gosto da noite pra fazer amor e cantar. Sou péssima em matemática. Tenho mãos de fada.[ Pra quase tudo]. Não diga que me ama. Não seja sincero demais. Não pague o cinema. Eu gosto de dividir. Leia meus textos. Não me envie flores, nem chocolates. Uma puxada de leve, nos meus cabelos, leve. Não me veja com raiva. Não fale alto. Tão pouco seja mal educado. Não mexa no meu celular. Goste do meu time. Choro vendo Grey´s Anatomy. Parei de fumar.Perdôo facilmente. Tire meu vestido, mas não me tire do sério. Me encha de beijos, mas não me abrace muito. Não demonstre carinho em público. Não me ligue todos os dias. Organize-se. Me faça sorrir. Seja leal, honesto. Agora, me abrace. Não seja burro. Não olhe pra menina que acabou de passar, linda, magra, morena e de olhos claros. Me enfeite. Se aceite. Quando chegar a hora, talvez dure pra sempre. Se não durar, a gente cola as páginas. Dá uma pausa e continua a dar certo.


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dias de outubro

Imagem:by_nikolinelr-d306xih


Quer saber? A realidade, mais desagradável e sem luxo, exata e mais discreta é que pesa essa tua ausência. Esse vazio, essa pausa, essa lacuna, esse feriado não determinado ou ilimitado, sem denominação ou sequer, coerência. Pesa essa tua ausência, faz um sulco em minha pele, deixa estampada na minha cara um cinza borrado de maquiagem, uma descrição obscura de mim mesma. E é a partir daí que vou me remodelando: da tua ausência. Sinto os [d]efeitos colaterais da tua falta, e esqueço dos dias em que esteve aqui, do contorno dos teus lábios, to teus olhos que sorriem, desse teu quase-louro cabelo, do  gosto do teu corpo de manhã. Mas não me canso: Pesa essa tua ausência, que empacou no meu calendário todas as vezes que lembro de ti, esse teu pesar que demora as horas, que acaba com os sons lá fora, que faz o clima mudar, que me toma, que me muda, que me deixa com a leve impressão de ser outra pessoa, para que afinal eu possa continuar... "with or without you..."(8)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Hidrofobia


Algumas notas do sétimo dia: O dia monocromático. Jogo contra o timão. Cachorros uivando na rua. O gemido do vento. O alvoroço da alma na cama. E bem pertinho do meu ouvido, o violão. Abafado, sussurro que dói. Uma súplica. Um protesto. Em dó maior. No oitavo dia, o imperceptível som do violão. E outros dias virão, sem você.


                                                                   Imagem : Zombie_vampire

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

No limite

Algumas coisas definitivamente me aborrecem. Uma parte, não todas, me causam desgosto. Mas, a pior de todas é a incoerência. Gosto de arroz com feijão. Queijo com goiabada. Toques sem segundas intenções. Sem borda ou intercalados. Odeio espaços, portas abertas, vão dos dedos, copo vazio. Não cabem em mim. São superficiais. Incompletos. Odeio disputas também. De pés seguidos ou de frases feitas, da monotonia. Sou vira-lata.Conveniente. Não me entrego sem trocas. Dou às costas por uma semana, ou pro resto da vida. Nada me enlaça se não for olhos sinceros, música e calor. Rimbaud e Caio Fernando em notas. Passado é passado. No presente, sou isso aqui. Podem me chamar do que quiserem, árida, indecisa, bipolar, mascarada. Façam suas apostas. Pintem uma linha do Equador, se for do agrado. Ou leiam o horóscopo. Eu teria ficado mais um pouco. Eu teria te esperado. Enfim, só.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Elipse

Imagem : cren

Ordenado está. Não existe paradoxo.O apetite pelo contra-senso é o que existe.Em ti, eu falaria ao pé do ouvido todos estes segredos.Sussurraria todo o ceticismo sobre isso, ao redor disso, e no interior de.Para aproveitar da sua curva elíptica.Um cálculo improvável: Nossas metades unidas.

Essencialmente inteiros, completos para a minha disritmia.
Um erro. Amasso então, o papel.Volto a falar no pé do teu ouvido, exatamente por desistir nos nossos passos coordenados.

Na noitada, apenas por uma vez, mudarei meu sabor,
encantadora, verá estrelas na minha pele. Várias pontas cortantes, alguns pontos.Pedaços talhados e vermelho-sangue, minúsculos, a mercê das poesias tingidas que tatuarei na tua derme.Fincarei sinais cardeais e vinho. Leste, oeste e fim. Ou quase isso.Vou dar um basta.E calado, pontuará os meus defeitos.E vai me pedir pra te contar meus planos...

Tenho uma teoria!
Meu foco não te alcança, mais.
Descartarei tua forma na minha mente.
[Por outro ângulo]: Te vejo.Dessa vez, desprezível.
Isso é só uma sinopse.





[...]
Em seguida, degustarei um "vin de pays".
Ouço os sons da gaita, agora.
Passará então a língua sobre as minhas poesias. De fora
para dentro.


Ficarás em silêncio, mudo.
Desenharei palavras reais, com pena de ti.
Esculpidas com diamante, ônix e topázio.E dessa vez, vou
embora.





[...]




Sinto-me culpado, Juliana.Mas, não quero outras poetisas ou escultoras nuas.Seguro o acaso pelos cabelos.Olho pra dentro de ti. E previamente, segundos antes de ser executado.
Um beijo, Disparo-lhe.




[...]


Bem que me disseram que certas coisas são inevitáveis.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Conto ou não conto?

 Tanto tempo atrás gostava de brincar de bonecas e príncipes em conversíveis( cavalos brancos ). Logo após aprendi a brincar de amor. No final das contas saía machucada, quando não, retalhava a outra pessoa em insignificantes pedaços de uma alma sem auto-estima, propositalmente. A diferença entre hoje e ontem? Definitivamente são as bonecas. Os príncipes continuam inexistentes, claro.

[Algumas coisas não mudam...]


                                                 Imagem; Spottedpupil

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

1/2 a 1/2

Uma lição: De repente você vá amar com intensidade de 220 volts, mas pode receber um choque: Ninguém te amará em retorno. Cada um tem o direito de amar quem quiser. Somos livres. O que não se aplica ao caso dela, nem o dele. São a exceção. Somos.


Imagem: Excer.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Bela adormecida



De repente o despertar. Imortalizada estou. Ao acordar, abro a cortina e vejo um céu cinza e café. O que aconteceu com o "eu te amo"? Tem a mesma conotação do "oi", "olá"e "tchau"? Novelas, Shows horrorosos da realidade e muita, muita Sonia Abraão. Agulhadas, políticos-palhaços, Twitcams, assassinatos, machismo e Instituições capitalistas. Oops. Religiosas usando o nome de Deus em vão. Sem sexo: Cabaço. Traição: Isso aí, moleque! Se mata mulher por causa de pensão : Isso aí, moleque! Se você faz poesias é emo, se prefere bar à baladas é velho. Cadê o preto do rock´n roll? Restart comeu. Sem trocadilhos, por favor!




quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Cláusula



O vício em Caio F, me faz desejar que tudo na minha vida “seja doce”, mas enjoa, não é? Tirando os dias que estou na TPM, obviamente. Então, para mim, que seja doce e azedinho. Começando com A e resultando em ti. O problema é só meu se soar meio comum. Ou se cair no desuso. A verdade mesmo é que a minha intensidade diminui bastante se eu não tiver mais um par de pés e olhares coloridos, como os teus.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Zelo.


É ele quem habita as minhas íris.
Desliza-se morosamente
Nas minhas lentes,
Impõe limites.
O registro dele
Está tatuado nos meus dedos
E é sobre ele que gosto de escrever
  falar,
   pensar.
E mesmo sem querer, amar.

Uma esmola pelo amor de Deus (8


                                                                  Imagem : Johnny BFR



Chegam a brincar de pique-esconde. Chegam pra trás, afinal um Aqua di Gió não deve ser malbaratado.
Caridosos?
- De jeito algum, condizentes seria a palavra.
Tiram a moeda do bolso para que a consciência pese menos.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Bruise

Garçom, por favor, pode me mandar um band-aid? Com tiras grandes e pitada de estabilidade! Tomei um tombo numa sexta-feira, e não quero voltar desse jeito pra casa.



Imagem :Onnesumrumego

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Ama-Zona

Entre caranguejo e virgem. Corpos celestes sambaram. E ordenaram:


-"Essa mulher deve ser":                         Inconstante,

                            Desafeiçoada,

                                                                              E por outro lado serena.

                     Parcialmente acompanhada de trovões

                                                                                               E gargalhadas

                           E no dia 15 de agosto, ela nasceria.



                                                                            Imagem : Miglee

Padaria

                                                                         Imagem : art_geeks

                    Qualquer fantasia que não toque o teto é melhor ser deixada pra trás.

                                                         [ Ou embaixo do travesseiro]

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

1460


De uma expressão cinematográfica,
Vocabulário de gente grande
Do coração no plural
Conferem denotação
Às falas de um leonino.
Menino
Notável
Compassivo
Radiante
Por onde ele passa.
Cede ao mundo um pouco do seu brilho
Da  sua luz.
E o céu sorri.
Antes e durante o Henry.


[ Para meu filho , Henry Porto, que completa 4 aninhos amanhã : 07/08/2010]

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quatro

Imagem: Cátia Melo

Um fundamento: Ordeno a tua pele dissolvida à minha.

[ Mãos, olhos, sussurros, paz]

- E que os versos nos aguardem-


P.S: 91 dias voam.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cetim

Instiga o sossego em minha companhia.E na hora que carecer de um refúgio.Terá meu colo em papel de presente.Sempre.



domingo, 25 de julho de 2010

Quotes.

  Eu não preciso do: "Até que a morte nos separe". Uma noite é suficiente para me
revigorar.


                                                       Bruno Rodrigues

[ Frase de um amigo meu , além de piadista, ele dá uma de filósofo ]

terça-feira, 20 de julho de 2010

Do lado de lá.



É inverno ou talvez segunda guerra mundial. As recordações de ti fazem tempestade em mim. Era o tio do nariz afilado, da ironia delicada, das gargalhadas, do "ô, glória". O homem pai de tantos, tio de outros tantos, avô de alguns anjos e filho da Tereza. Dos presentes de amigo ocultos suspeitos, do natal, do dia das mães. Era o tio do coração não tão forte assim. Era o tio da boêmia, o primeiro dela, o tio das crises de riso. E num dia qualquer de julho de repente a vida bateu à tua porta em forma de despedida, e assim o fez. E ninguém aqui que fizesse parte de ti quis olhar pra trás. Tua pele perdeu os sentidos e ainda lembro da minha mão na tua fronte, naquele tal jardim. E do girassol que te presenteei. E como não queria que ele não tivesse sido levado a ti nessa ocasião. Era muita coisa. Era muito forte e nenhuma vontade foi suficiente de te carregar pra esse lado. E mesmo assim depois do dia dezesseis, chega a ser sarcástico o sol sair e que ele volte a brilhar tanto. Tua morada continua deste lado, o timbre da tua voz estarás por aqui e o teu sorriso no portão da Rua Áurea tão vazia. Cheia de dissabor. Bem além de qualquer dor da alma, corporal. Então nesse embalo preciso corrigir essa minha fé na vida e crer que estás bem. Até para que essa sua partida me faça algum sentido. Para que a vida assim continue...
[Para meu tio Gerson que partiu tão cedo...]






Senta aqui, presta bem atenção, meu amor.


Então a vida me pregou uma peça. Quis apresentar-me uma nova essência - Pausa- Tenho problemas com coisas novas. Então adianto o ponteiro do relógio e espero que tudo fique bem. Que caia no desuso para que eu possa me acostumar. E nesse momento gosto de estar só. E tanto que procurei por mim que ao me olhar deparei que nunca me fora apresentado o amor, e a imagem que tenho dele foi pura ficção e capricho da massa pensante. Algumas pegadas eu vi, poderia arriscar. Caminhos fúteis e espaços vazios. Entre a porta, entre os dedos. Oco mesmo. Mas por ora, algo estranho aconteceu... Justamente em mim, tão inexorável. Arranquei a roupa, o trauma, o receio, o pudor e algumas mágoas. Aqui estou de frente ao espelho: Curada, ilesa: In-de-pen-den-te. E faz tanto bem. Então fixo o olhar e faço um pedido: Que esse amor ou  seja lá o que for, seja praticável e palpável, sem contos de fadas ou drama de altar. Sem ostentação e transparente.Esse é meu último pedido. Mesmo que tenhamos que pedir as contas, para que o trabalho não seja em vão. Para que eu&você sejamos abstratos. E reinventar uma nova história tão nossa. Se é ficção ou não, eu te amo, e se passasse na TV, seria meu programa favorito.Todos os dias.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Suerte

Já não tinha mais o pé de coelho,

O travesseiro,
E a cabeça no lugar;
Já não tinha o príncipe encantado,
O plantão dobrado;
E fecho-ecler daquela calça predileta                                                                                     
Em contra partida recebeu um novo amor
Literalmente,
Para declarar justa;
A graça
E os seus dias.




Imagem :by ~naddie-catastrophe

terça-feira, 6 de julho de 2010

Suposto

Era uma vez um goleiro. Uma fortuna. Opressão. Um desaparecimento. Era desse modo que ele atuava.
E por falso-pudor, ela também era assim, como muitas da rua, só que não deu indícios. O filho era dos males, o menor.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Compacto


                                                                                    Imagem _by_dynamisme
Teus trejeitos fincam na minha pele, a energia dos teus braços, a influência das tuas mãos. Contidas no meu sétimo sentido tuas sensações, aromas, cores em vaso de cristal, música não composta. Ao mesmo tempo um voto consumido e repleto. Às vezes [sempre] conservo-te aqui só para ter o prazer de recompor notas tão tuas, cada vez que compõe teu beijo em mim.

sábado, 26 de junho de 2010

Lucrativo mesmo é espontaneidade. Do AMOR-PRÓPRIO, pois quando avista um suposto amor, não proporciona vícios ou qualquer dependência que seja. Seja qual for o romance, batendo à porta ou devolvendo as chaves, é somente o restante ou parte de um conto. A paixão intensa.E minha.Nunca me dá adeus.




domingo, 13 de junho de 2010

Rabisco

Imagem: by ~HomeIsWhereTheHeartI


Acho que minha mente deu um branco. Por esse motivo, exclusivamente, peço-te baixinho com sotaque mineiro e tudo: Colore o meu mundo? Aham, de cores infinitas e saborosas. E desenha um poema na minha pele em segredo. Qual dia? Hoje! Ou todos eles, em todas as estações, até acabar esse frio e no calor também, na chuva. Pegue sua gaita, também? E alguns beijos? Nossos. Junto com sua mão e seu violão. Alguns sambas de uma nota só. Alguns dos teus tons.E um lápis, daí não precisarei de nada mais. Só de ti. Do teu sorriso e das nossas madrugadas juntos.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

"You wear those shoes and I will wear that dress."

by `ArhcamtIlnaad



E quem disse que gostar de alguém não pode ser engraçado? Só dá pra saber quando você se permite. [Primeiro passo]. Pra quê fazer da nossa existência um sacrifício cronometrado se no dia que tiver o apito final nem adianta pedir acréscimo? Gostoso, independente do tempo que já viveu, é divertir-se, é fazer guerra de travesseiro, é dormir de madrugada de tanta conversa, é acordar disposta só pra poder vê-lo dormir, é jogar bola na areia, é brincar de ciúmes, é dançar, é ouvir uma música no violão, é ouvir a voz dele, e achar aquela marquinha na bochecha uma das melhores coisas,detestar João Pessoa, é falar sobre a vida, é torcer pro mesmo time, é saber dar espaço, mas nem tanto[rs], é brincar de novela, é imitar voz de famosos, é discutir e ligar 2 minutos depois. É desenhar um coração torto, é sorrir, dar beijo, fazer charme, dar cotovelada sem querer, é tomar 51 com coca-cola, é convidar os amigos, é achar que o mundo é perfeito só porque ele está por perto. É versejar. E achar graça de gostar. E sorrir novamente. Tem que saber viver. Deixar de lado a soberba, a idade, um ponta pé na futilidade e ceder a noite dele com os amigos. É brincar de gostar com ar de gente adulta. É esperar. E crescer. Dia após dia. É deixar o coração tomar conta. E aquele abraço: Ah! O dele.


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Tablado

Imagem : Alilar


Pra aquela moça, seus dias estendiam-se em períodos com finais inesperados. Finais mal acabados, com uma pitada de continuidade. Presenciava, como se do outro lado da tela fosse, de um absolutismo monárquico às suas ações e reações. E logo depois do “the end” fazia questão de rodar outra película. Porque o show definitivamente deve e pode continuar. Adriana Calcanhoto para embalar os ouvidos, acalmar a pele e ninar a alma. Palpitava naquela hora, fatigada, exausta... Continuação. Um filme pronto. No início da madrugada. Naquela hora nada poderia ser refeito. Nem o relógio, nem o que foi dito, não mais uma vez. Os seus dias enchiam- se de brio. Sentia-se magoada? Bastante, mas a vontade de subir ao tablado ainda assim era imensa. E se não fosse essa madrugada. Parte dela ainda seria do ator, ela teria decorado algumas coisas a mais no peito, mas ele pediu demissão.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

Dueto

Imagem: by *ILTBY


Pressenti teu cheiro. Teu cheiro. Teu cheiro difundido pela minha pele descoberta. Descobri numa noite qualquer, confundido ao cheiro do mar e arranjos. De tempo e compasso simétricos. De planos distintos. De ritmo idêntico. De beijos semibreves outros nem tanto. Um sol. Sem dó. Teu timbre no meu eixo, no meu corpo. Teu dedo, tua música em mim. Difundida.Teu cheiro. Feito de tons e cores. No encostar dos lábios, "presto". Do conjugar dos corpos: Adágio.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ah! Salto!

Como boa fantasiosa que sou havia pensado que o aperto no peito de ontem fosse do coração, mal sabia o que estava para acontecer...


.

Imagem: Lolita

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ventura



Saudades do que não estava guardado aqui. O princípio que estende-se, esse crepúsculo emaranhado. Sinto falta dos indícios da tua pele, sorriso pintado a mão, olhar confuso, teus braços cedidos ao meu corpo, o precipício do teu beijo. Abre uma ferida em mim essas janelas, a tua voz fundida à tua música, ligada ao descuido do prazer.Pesa em mim teus sinais espalhados, o vestígio do teu suor, o defeito irrevogável do dia em que se aproximou – pesar de sentido contrário, na contra mão, satisfação expressa, desfrute em segredo, ventura principiante e desordenada, mas que me faz parte, a cada dia a mais.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Partida.

Meu cérebro embaralhou.
Não sei se misturo.
Se dou as cartas.
Esse frio na barriga.
Não me deixa jogar.
Não tenho certeza se o par
Aparece desse jeito.
Ás de copas.
E some da minha mão.
Ou se vira trunfo
E me desordena.
Os sentidos.





©2007-2010 ~lackofcolorx

terça-feira, 13 de abril de 2010

Qual é a hora certa para ter filhos?

Para ser honesta, seria nunca!

Eles choram o tempo todo, sem pausa.
Não dormem. Nunca.
E não são muito bons de papo.
E como se não bastasse, eles ainda tiram tudo o que você tem.

Tempo, paciência, concentração, o foco e o sono.

Tudo, até não sobrar nada para você.
Mas hoje, o Henry me acordou, me enchendo de beijos dizendo que estava sol.
Daqueles que podem ser confundidos com música.
Ele conseguiu ver um sol, num tempo não tão bom assim.
E isso me deu orgulho.
Uma alegria besta de mãe descontrolada e irracional.
Ter filhos é a melhor coisa.
Eles nos pintam sol ao invés de chuvas e tempestades.
Plantam poesias nos nossos corações.
E se você estiver esperando a "hora certa", você nunca terá filhos.



terça-feira, 6 de abril de 2010

Estrela solitária


Ainda insiste em tocar a campainha.
[Do coração preto e branco]
Uma breve idéia que reluz.
Infinito.
Tatua-se na pele.
De alma ardente.
Sustenta um orgulho no ar e grita:
“Tu és o glorioso”
Dos antigos, dos moços.
Da moça.
Íntimo.
És o espaço percorrido no ar.
Guia consigo ruídos de frio.
Toda vez que ouço: Golllllll!
Tua estrela sotlitária te conduz.
E me conduz.


Porque poucas coisas me fazem arrepiar. E o Botafogo é uma delas.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Palavras



"Das flores de versos

E versos de flores
que falam sem boca
Vêem sem olhos
Sentem sem pele..

Tua presença se faz sentir
em qualquer ponto do horizonte
Teu Amor me faz sorrir
A Estrela que me faz brilhar
O sorriso pra recomeçar
O caminho para meu lar

Sou eu, é você, todos somos
Um, dois, tantos, sem fim
Natureza mutante, loucura sagrada
União de opostos, muitos, misturados
É aonde estamos, o que somos
Pra onde vamos..

Mas viva o incerto, viva o não-saber
Viva o sentir
Viva o viver!!!!!!"

Kalye

segunda-feira, 29 de março de 2010

31/26 é pouco, muito pouco!

Os princípios sentem pena. Os vocábulos não conseguem sair. Resolveram então pegar papel, massa, molde e fincaram-se na cara, afagaram-se entre as mãos. Pois as bocas estão caladas. Observam um prédio, uma criança, uma tesoura e um juiz. Prever a intenção do ser humano é demasiadamente humano. Há palavras mutiladas que não consigo proferir, escrever. Contesto! E o veredicto final me dói. Os versos sangram, escondem-se dentro de mim. Esquivos como toque oco e lamentoso


E nos jornais: 'Foi muito bonita a hora da sentença', diz Gloria Perez sobre júri do casal Nardoni.

O que eu perdi? [ Fico aqui com os meus botões]

quinta-feira, 18 de março de 2010

Selon moi


Eu e você,
Nesse vão das estações machadas de aromas e suor,
No interlúdio de dois lugares distintos em que pertencem
Uma marcha à frente e uma gama de opções.
Minha pele beija sua nuca,
Mesmo com meus lábios mascarados
Atrás de vontades e “poréns”.
Aguardo sua voz, seu tato,
Uma marcha à frente e uma gama de opções.
E as estações manchadas de seu suor em mim.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Das coisas que vêm sem títulos.



Logo a vida, tão carnal e grosseira, de unhas e remos, por vezes nos congela, outras desaparece. A vida da convicção que atraca, da sorte que evapora, da angústia que pára o motor, da falta que escorrega e cai. A vida, essa velha caduca que nos ameaça os segundos, os dias, que nos pinta a idade na cara, de dose em dose solta um sorriso, sai do ventre outra vez.

                                                                                Para Henry.



terça-feira, 9 de março de 2010

Pé esquerdo


Eu, que não aprendi a esconder o que sinto, ficarei socializando a minha dor, apresentando a cada amigo, tendo relações com ela. Não dá para fingir que ela não está presente. E se assim fizer, ela muda as estações, coloca tua cama de cabeça para baixo e planta espinhos nos edredons. Tem que caminhar ao lado dela, como uma criança preferida, tem que colocá-la para dormir, tem que alimentá-la, amamentá-la. Aos poucos, tem que amá-la tal qual um lírio semeado nos cortes da pele, no âmago, no falso coração. Tem que traduzi-la particular da fragilidade e prantos, passar a mão na cabeça e, finalmente, pisoteá-la.

sábado, 6 de março de 2010

Lunar


Ontem, sim, aqui, em mim, nos meus braços, da minha pele para a sua, sem pensar, presentearia com aroma dos versos. Versos puros , outros nem tanto, versos d´água, de suor, tato, saliva, chuva e teto solar. Uns versos bobos, repetitivos, cerveja, mesa, cereja. Versos temerários, sem pauta, sem roupa, sem vergonha, amor, boca, gemido, sensual, tenaz, intenso, versos-orgasmo, meretriz, sorvedouro. Uns versos nossos, recentes, consagrados nas nossas línguas, nos nossos sexos, nos sons do suor e teu peito, no cheiro seu e meu. Escreveria um conto. Colocaria meu quadril e teu sobrenome nele.


terça-feira, 2 de março de 2010

Post-it II - Fix it!

Foram feitos um para o outro.
[ Pelo menos era o que pensavam...]
Troca de olhares, gargalhadas, lábios encostando, mãos, pele, nuca, o 1º amor, churrascos na família, piscina, Prainha, manhãs de surfe, presentes, traição, filho, adeus, raiva, rancor, muitos corações partidos, leis, pensão, rejeição, vergonha e dor.
Já não pensavam mais o mesmo.

Simples assim



Ele... Ele foi...
A pessoa que tirou algo de mim.
Ele tirou aos poucos...
Pequenas partes.
Bem pequeninas, tão aos poucos que nem pude perceber afinal.
Quis me tornar diferente do que sou.
Ou do que pelo menos eu era.
Então, quando acordei numa quarta-feira percebi que tinha sofrido uma metamorfose.
Não dessas ambulantes que encontramos em músicas.
Mas sim no que ele queria.
Um dia, eu era Juliana Porto, e, de repente, estava gostando das mesmas grifes que ele, praticando os mesmos esportes, ouvindo as mesmas canções, experimentando as mesmas bobagens.
Arriscando uma vida inteira de sonhos e aspirações.
Concordando em formar uma família.
Comprar uma casa e ter um final feliz.
Até tomar um chute no meio da bunda.
Quando percebi, eu não era mais a Juliana Porto.
Mesmo assim, eu teria me casado com ele.
Teria.
Depois disso virei migalha.
Ruína.
Prisioneira e derrotada.
Por muito tempo!
E, agora...Que finalmente, sou eu mesma de novo, não posso...
Eu te amo, muito mais do que talvez tenha amado anteriormente.
Mas quando você disse ser algo para mim e me tratou como um segredo seu, você acabou tirando parte de mim e sem querer, eu deixei.
E...Isso nunca mais vai acontecer.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

História da Carochinha

©2009-2010 ~KacperM
Um certo dia, ela apareceu com uma expressão confiante. Onde ela teria ido ou o que afinal deva ter visto? Quando se mora na rua por muito tempo já não precisa mais de perguntas, nem respostas, tão pouco de fé. Mas por pior que isso possa parecer eles tinham um ao outro. Ele era da esquina do Museu Nacional de Belas Artes, ela da esquina da Biblioteca Nacional. Não sabiam ler, mas chamavam aquilo de vida. Os carinhos na madrugada escondiam o frio, a cola de sapateiro tapeava a fome, quando os olhos fechavam era o prenúncio do encostar dos lábios massacrados pela miséria da vida. Na época de natal não havia desejos, ceia, havia era cola, crack, muito crack e ele. Que aparentemente sempre estava ali mesmo nas viagens que fazia mentalmente. Era carnaval e por ventura naquele certo dia, ela achou graça da vida outra vez. O convidou a fazer amor. Até nisso havia perdido o interesse. Mas naquele certo dia, pegou os retalhos de fé, colocou no bolso rasgado e disse:
- Vamos morar numa mansão?
Ele pôs-se a gargalhar.
- Tááá louca muié? Ta fumando muito, hein?!
Sabia que eles não tinham nada, nem ela, mas levou-a nos braços mesmo assim. Foram parar na rua dela. Uma lua enorme dava o convite para entrar em outra dimensão. E assim fizeram.
- Aqui, bem. Nossa casa!
E era uma mansão. Melhor, uma biblioteca. Vazia e solitária. Mas linda nos olhos daquela gente. Dali imaginavam as crianças correndo, o mordomo, as poesias e a piscina. No tapete sem fim, imaginou-se uma rainha. Naquele dia ninguém passou por ali, estavam mais preocupados com as mulheres nuas por opção no Sambódromo. Os outros vizinhos de rua nunca tiveram essa idéia. Sorriram, dançaram ao som de fogos e música. Ele a pediu em casamento. Ela aceitou! E por ali ficariam. Enquanto o sonho os permitisse. Ou até a quarta-feira de cinzas.


quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Tin-tin

Imagem:koksuel


As janelas embriagam-se da água que cai das nuvens. O céu do velho ano novo ainda não mudou de cor. Acha que cinza é tendência. Nas ruas resquícios de barro e espumantes. Dissipando um aroma duvidoso de paz e prosperidade. Desanuviados de sonhos pisamos com o pé esquerdo em 2010. E não culpem o pessimismo. Culpem as encostas, as barreiras, o “Zé” Serra, as pousadas de Angrados Reis e muitos graus negativos no continente alheio. 2010 também acredita que cinza está na moda. E conhecemos bem essa tonalidade. E ela faz nascer em nós uma pergunta : “ Onde foi parar o verde da esperança?”
[P.s: Aqui pelo menos não faltará =)]